O Papa Francisco recebeu em audiência ao meio-dia deste sábado (15/05), na Sala Clementina, no Vaticano, os membros da Associação “Meter”, fundada pelo sacerdote italiano padre Fortunato Di Noto, em proteção e defesa das crianças vítimas de abusos e maus-tratos.
No discurso que dirigiu aos presentes, um grupo de 50 pessoas, o Pontífice ressaltou o relevante serviço prestado pela Associação que desde 1989 atua no combate à pedofilia na Itália e em outros países.
O bom samaritano do Evangelho, ao acolher e proteger
“Nestes anos, com seu trabalho generoso, vocês contribuíram para tornar visível o amor da Igreja pelos menores e mais indefesos. Quantas vezes, como o bom samaritano do Evangelho, vocês se fizeram próximos com respeito e compaixão, para acolher, consolar e proteger! Quantas feridas espirituais vocês enfaixaram! Por tudo isso, a comunidade eclesial lhes é reconhecedora”, disse Francisco.
O Papa ressaltou que a Associação pode ser comparada a uma casa. “Quando dizemos ‘casa’ pensamos em um lugar de acolhida, de abrigo, de custódia. A palavra casa tem um sabor tipicamente familiar, evocando o calor, o afeto e a ternura que podem ser experimentados em uma família, especialmente no momento de angústia e dor”, acrescentou.
Vocês foram e são casa de esperança
“E vocês foram e são ‘casa’ para tantas crianças cuja inocência foi violada ou escravizada pelo egoísmo dos adultos. Vocês foram e são casa de esperança, encorajando em muitas vítimas um caminho de libertação e redenção. Portanto, encorajo-os a continuar esta meritória atividade social, continuando a oferecer sua preciosa contribuição a serviço da proteção da infância.”
Francisco destacou ainda que o trabalho da associação é mais do que nunca necessário porque, infelizmente, os abusos perpetrados contra crianças continuam.
“Refiro-me em particular aos aliciamentos que ocorrem através da internet e das diversas mídias sociais, com páginas e portais dedicados à pornografia infantil. Este é um flagelo que, por um lado, precisa ser enfrentado com determinação renovada pelas instituições públicas e, por outro, requer uma consciência ainda maior por parte das famílias e das diversas agências educacionais. Sei que vocês estão sempre vigilantes na proteção das crianças, mesmo no contexto dos meios de comunicação mais modernos”, prosseguiu o Santo Padre.
Proteção contra os abusos, um dever de todos os Estados
Francisco afirmou ainda que o abuso contra menores é uma espécie de “homicídio psicológico” e em muitos casos uma eliminação da infância.
“Portanto, a proteção das crianças contra a exploração sexual é um dever de todos os Estados, que devem identificar tanto os que traficam quanto os abusadores. Ao mesmo tempo, é mais necessário do que nunca denunciar e impedir tal exploração nas diversas esferas da sociedade: escolas, esportes, atividades recreativas e culturais, comunidades religiosas e indivíduos. Além disso, no campo da proteção à criança e da luta contra a pedofilia, medidas específicas devem ser tomadas para fornecer ajuda eficaz às vítimas.”
O Papa concluiu exortando a Associação “Meter” a continuar sem hesitação essa obra, dando particular atenção ao aspecto educacional, para formar nas pessoas uma consciência firme e erradicar a cultura do abuso e da exploração.
Por Vatican News e foto de Vatican Media